sexta-feira, 6 de abril de 2012

Análise: Resident Evil: Operation Raccoon City

Introdução:
Resident Evil: Operation Raccon City é um jogo da famosa serie Resident Evil da Capcom, mas quem desenvolveu este jogo foi a Slant Six Games. O jogo se passa entre os eventos de Resident Evil 2 e Resident Evil 3, em Raccoon City, cujos moradores foram transformados em zumbis depois do surto do T-Virus, uma arma biológica ilegalmente desenvolvida pela companhia farmacêutica Umbrella Corporation.
O jogador assume o papel de um soldado do Serviço de Segurança da Umbrella (U.S.S)  que com uma equipe de mais 3 soldados tem a missão de destruir todas evidencias que ligam Umbrella ao incidente em Raccoon City e eliminar qualquer sobrevivente.
São 6 personagens controláveis. O jogador pode escolher um para controlar e outros 3 para ajuda-lo. Cada personagem tem uma habilidade especial.

Vídeo enviado por TheMediaCows ao Youtube.


Análise:
Esta análise é somente em relação ao modo de campanha off-line. Uma breve explicação da jogabilidade. Mesmo sendo um jogo da serie RE, este jogo abandona as características de sobrevivência para adotar elementos de shooter de ação, significando uma jogabilidade mais dinâmica e ágil estilo a serie Gears Of War. A proposta do jogo é interessante, mas acabou não correspondendo às expectativas dos jogadores, se tornando a ovelha negra da serie.
No exato momento em que é escolhido o modo campanha você pensa: Por que não tem um modo cooperativo off-line? Chega a ser frustrante, uma coisa que já tinha dado certo em RE5 e que já é bastante comum em jogos do estilo, não se encontra neste jogo e não tem o porquê, já  que em nenhum momento os personagens se separam na historia. A falta de um co-op off-line com certeza desanimou muita gente.
Tudo bem então, eu não posso jogar com um amigo no meu vídeo game, mas pelo menos tenho 3 personagens controlados pela maquina para me ajudar, certo? Errado. A IA dos personagens é péssima, eles se limitam a te acompanhar o tempo inteiro, atirar pra frente e te curar, se um inimigo passou por algum deles, o inimigo é seu. O aliado não vai virar para atirar nele, mas tudo bem, mesmo se o aliado estiver  atirando no inimigo,ele ainda é seu porque seu aliado não vai matar o inimigo. Frequentemente você irá presenciar atitudes estranhas, seus aliados golpeando facadas no meio de um grupo de inimigos, correndo pra cima de minas e explosivos e etc. Na hora dos mestres, você chega a pensar que só você está atirando, porque o negocio deles é ficar passeando e morrendo pra qualquer inimigo. Os inimigos são um pouco mais inteligentes, mas mesmo assim nada tão brilhante. Não vou recriminar os zumbis, pois eles naturalmente são burros e tudo que eles querem é se alimentar. Mas os spec ops. Meu Deus! De vez em quando eles passam por você como se você não existisse, ficam parados em pé sem nenhuma proteção e só começam a atirar depois q você já esta quase matando eles. Eles também, não tem nenhuma percepção de que estão recebendo danos. Se um spec ops estiver agachado e você conseguir atirar nele em alguma brecha ele vai continuar no mesmo lugar tomando dano até morrer passivamente.
O gráfico do jogo não é ruim, mas se comparados com seu antecessor RE5 que foi lançado em 2009 ele não evoluiu. A ambientação escura e sem iluminação dificultou na contemplação dos detalhes. Tudo bem que o ambiente foi para dar um ar de mistério, mas isso também dificultou na jogabilidade, tem hora que você realmente não enxerga nada no jogo e acaba se orientando pelo mapa, caso sejam corredores. Já em um cenário aberto mesmo sendo simples é transformado em um labirinto e faz você perder bastante tempo explorando-o.

Screensshot retirada de um video de Youtube.
A mira do jogo é imprecisa. Quando você acerta um inimigo ele não sofre nenhuma reação de impacto ao receber um tiro, deixando o jogador em dúvida se ele realmente esta atingindo o inimigo. Os movimentos do personagem são travados e lentos. Nos jogos anteriores isso era aceitável, pois eles eram mais focados na estratégia do que na ação, mas nesse jogo você sente que o personagem tinha que ser mais ágil.
A função de uma faca em um shooter dinâmico é para derrotar um inimigo de perto, pois é complicado mirar e atirar em um inimigo muito próximo. Sendo assim ao atacar com a faca o dano é maior e o jogador executa rapidamente o inimigo. Já em RE:ORC não funciona bem assim, eu nem sei se aquilo pode ser chamado de faca, o jogador tem que dar no mínimo umas 10 facadas para poder executar o inimigo e o golpe da faca dificilmente quebra o ataque do inimigo, mas o golpe do inimigo faz muito impacto no personagem, então caso o jogador tente ir no mano a mano com um spec ops o jogador terá dificuldades de sair inteiro. O jogador descobre já no começo do jogo que é mais vantagem arriscar em atirar no inimigo mesmo eles estando perto do que usar a faca.
O botão de interação foi mal implementado, com o mesmo botão você pega armas no chão, revive aliados e abre portas. Isso traz bastante dor de cabeça. Por exemplo: quando um aliado morre a arma que ele usa também cai, então a função entra em conflito e tem hora que você é obrigado a pegar a arma para poder reviver o aliado, o mesmo acontece caso tenha uma arma perto de uma porta.
A colisão do jogo é uma coisa triste. De vez em quando ao tentar abrir uma porta a opção não aparece. Então o jogador tem que recuar um pouco o personagem para aparecer à opção. Pode ser uma coisa simples, mas quando você tem uma horda de zumbis e spec ops atrás de você, não é uma coisa tão banal assim.
O mecanismo de cobertura foi simplificado. O personagem pega cobertura só de encostar-se a alguma parede ou mureta. Este sistema foi mal implementado. O personagem pega cobertura sem jogador querer. Quando você realmente precisa se proteger o sistema não funciona direito. Ao contrario do Gears não tem nenhuma opção de trocar rapidamente de cobertura ou pular o obstáculo, limitando suas ações.
O enredo do jogo ficou muito fraco. Uma pessoa que nunca jogou outro jogo da serie não vai entender nada. Você já começa o jogo no meio de uma missão sem muita explicação. Existe algumas linhas de texto entre as missões, mas nada de mais. Os personagens não são carismáticos, todos mascarados e sem personalidade.
Um ponto positivo é o fato de cada personagem ter uma habilidade especial diferente e ter alguns elementos de RPG no jogo.

Conclusão:
Se você não é um fã nostálgico da série, o jogo acaba sendo só um jogo de tiro de terceira pessoa limitado e cheio de bugs.
Mas há um lado bom para os fãs mais antigos. Você vai reencontrar cenários épicos dos jogos anteriores e também alguns personagens carismáticos que fez da serie o que ela é hoje.
O jogo o tempo inteiro da à impressão de que ele não foi testado e foi feito as pressas pela quantidade de bugs, mas eu não recrimino a Capcom, pois com o anúncio de Resident Evil 6 para outubro do mesmo ano, da pra entender o porque da pressa.

Resident Evil: Operation Raccoon City tem versões para Xbox 360, Play Station 3 e PC.

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